Cem Anos Do Artista Que Levou O Saci Para A Igreja
Dia 27/01 – Sábado – 14hs – Entrada Franca
Local: Mercado Cultural – Praça XV de Novembro – Serra Negra – SP
Realização: Prefeitura de Serra Negra
Curadoria: Henrique Vieira Filho
No dia 27 de janeiro de 1924 veio ao mundo o artista serrano mais famoso: Cid de Abreu, mais conhecido como Cid Serra Negra.
Esta exposição, que conta com algumas de suas mais significativas pinturas, resgata sua relevância como um dos grandes nomes da arte naif (simples, “primitiva”), em especial, no ano que celebramos o centenário de seu nascimento.
A abertura terá depoimentos de ilustres serranos que conviveram com o artista e do artista plástico Henrique Vieira Filho que resumirá sua trajetória.
A parcela de sua obra que mais impressiona aos especialistas é justamente a que mostrou seu lado transgressor e de vanguarda: pintar anjos negros e asiáticos, além de uma criança indígena e um Saci como sendo querubins, na Igreja de São Benedito!
De origem humilde, autodidata, seu talento natural superou barreiras, chegando a expor na mesma galeria que trouxe a obra de Picasso ao Brasil.
Conquistou a admiração de lendárias comunicadoras, como Hebe Camargo e Xênia, além de intelectuais e socialites, que assim o descreveram:
“Cid pinta como um poeta. Seu estilo, oriundo de pinceladas ágeis e policromáticas, causa impacto e admiração, por realizar o quase milagre, sendo obra de alta categoria, de permanecer um autêntico ingênuo”
– Lygia de Freitas Valle (socialite e um dos grandes nomes da Bossa Nova).
“Suas telas são geralmente vivas e transmitem sempre uma mensagem de candura e otimismo voltada para a força da fé e do místico. Cid é, antes de tudo, folclórico. Um homem pitoresco em imaginação e força criativa.
Inteligente e cuidadoso, pinta pelo seu instinto artístico, baseado no diminuto conhecimento que o cobriu pelas leituras (em francês) dos grandes mestres da pintura”
– Helena Silveira (escritora, jornalista e integrante da Academia Brasileira de Letras)
Nas décadas de 50 e 70, Cid Serra Negra viajou à Europa, passando a expor em Portugal, Espanha e Itália, entre outros países.
Mesmo após seu falecimento, em 02 de agosto de 1993, suas pinturas continuam valorizadas nas principais casas de leilões de arte, apreciadas por colecionadores de arte primitivista de todo o mundo.
Que os cem anos de sua trajetória continuem a inspirar e nos lembrar de que a Arte também existe fora do circuito acadêmico e dos grandes centros urbanos.
A Exposição permanecerá aberta ao público do dia 27/01 a 02/02/2024.
Ilustração:
Registro fotográfico e em vídeo: