Henrique Vieira Filho relata para o Jornal O SERRANO as adaptações dos rituais antigos até chegarem aos nossos tempos, miscigenadas como tradições de Natal
Artigo publicado resumidamente no Jornal O Serrano, Nº 6285 de 17/12/2021
DOI: https://doi.org/10.5281/zenodo.5806731
Fabiana Vieira e Henrique Vieira Filho
Árvore de tricô – Serra Negra/SP – Brasil
Em continuidade ao meu papel de “assessor de assuntos aleatórios do Papai Noel”, chegou a vez de contar as origens da árvore de Natal.
Por sobreviver aos rigores do clima, o pinheiro simboliza a superação da morte e a vida eterna, nas mais variadas culturas.
No solstício de inverno, data em que o pior do frio já passou, os povos antigos comemoravam o início do ano novo, com festividades regadas a todo tipo de excessos, que se alternavam até o início da primavera.
Passando por sincretismos, estas tradições sobrevivem na modernidade, adaptadas como festejos natalinos, de passagem de ano, carnaval, Páscoa, dentre outras comemorações.
A tradição de enfeitar um pinheiro já existia na Europa há milhares de anos, nos ritos dedicados a Átis, filho e esposo da deusa Deméter (Cibele), sendo que cortavam a árvore e a enrolavam como a um cadáver, representando a morte desta divindade grega-romana.
O dia seguinte era de luto e de jejum. Depois de três dias, passavam dos gritos de desespero para um júbilo delirante com banquetes fartos e alegria pela ressurreição de Átis, sendo então o pinheiro colocado em pé e enfeitado.
Átis e Cibele – Museu Arqueológico de Milão
No Século 16 a tradição já estava associada ao Natal, especialmente, na Alemanha, sendo uma das histórias mais propagadas a de que foi Martinho Lutero quem primeiro utilizou velas acesas e algodão para simular que o pinheiro estava coberto de neve, com as luzes das estrelas ao fundo.
A popularização e expansão mundial da “árvore de Natal” se deu graças à rainha Vitória, em especial porque, em 1848, o jornal Illustrated London News publicou um desenho da família real britânica em torno de um pinheiro todo decorado.
Como podem constatar, “influencers” já existiam e globalizaram modismos, antes mesmo da internet!
Não percam o próximo capítulo, com mais curiosidades sobre os festejos de fim de ano!
Henrique Vieira Filho é artista plástico, agente cultural (SNIIC: AG-207516), produtor cultural no Ponto de Cultura “Sociedade Das Artes” (SNIIC: SP-21915), diretor de arte, produtor audiovisual (ANCINE: 49361), escritor, jornalista (MTB 080467/SP), educador físico (CREF 040237-P/SP), terapeuta holístico (CRT 21001), professor de artes visuais e sociologia, pós-graduado em psicanálise e em perícia técnica sobre artes.