Henrique Vieira Filho relata para o Jornal O SERRANO aborda as tradições milenares, inclusive, as religiosas, relacionadas à “água da vida” e a curiosa origem do brinde festivo.
Artigo publicado resumidamente no Jornal O Serrano, Nº 6286 de 24/12/2021
DOI: https://doi.org/10.5281/zenodo.5807393
Toda festividade de passagem de ciclos inclui aguardentes, sendo o vinho considerado a “água da vida”, o “sangue divino”, simbolismo este o mesmo em quase todas as culturas.
No mito de Dioniso (Baco), seu sangue era o vinho, que transforma o que o rígido em espírito livre.
Em uma de suas lendas, ele encontra Penteu, o ditador de Tebas, que tentava acabar com as bacanais (festas de culto a Baco) e, utilizando de seus poderes, o obrigou a revelar o seu desejo secreto: queria mesmo era participar!
Dioniso disfarçou o rei como mulher (na psicanálise, o feminino é o caminho para o inconsciente…), conduziu-o até o local da festividade e o elevou para o alto de um pinheiro.
Contudo, as bacantes descobriram e fizeram o rei em pedaços. Sua cabeça foi arrancada por Agave, sua mãe, líder das demais mulheres…Freud e Jung explicam!
Em nossa versão da história, o final é mais otimista do que o escrito por Eurípides, na célebre tragédia “As Bacantes”: Dioniso recompõe o rei de Tebas, que renasce um soberano digno e um verdadeiro líder!
Assim é a “embriaguez divina”, que busca despertar o divino em si, bebendo o “sangue de deus”, rito habitual em inúmeras religiões, em especial, no Mitraísmo, cuja tradição de comunhão chegou até nossos dias, via Cristianismo.
Até mesmo o antigo ritual romano de brindar (palavra que significa: “bebo por ti”), derramando um gole para Baco, sobrevive no Brasil, miscigenado como sendo “para o santo”!
Sobre os votos de “saúde”, historiadores dizem que se origina da possibilidade de envenenamento, proposital nas disputas entre os nobres ou consequência da má qualidade do vinho, no caso dos plebeus!
Tim tim, Toast, Salute, Santé, Salud, Steniyasas, Prosi, Proost, Za zdorov, Skäl! Saúde para todos!
Henrique Vieira Filho e a deusa do vinho “Goddess Libera” (óleo sobre tela)
Para saber mais:
Artigo: A Embriaguez Divina, Baco, Alquimia e Psicanálise
Assista ao vídeo onde bacantes da Cia. Patoktak intervém sobre Henrique Vieira Filho, no papel de Penteu:
Processo criativo da arte “Goddess Libera”:
Henrique Vieira Filho é artista plástico, agente cultural (SNIIC: AG-207516), produtor cultural no Ponto de Cultura “Sociedade Das Artes” (SNIIC: SP-21915), diretor de arte, produtor audiovisual (ANCINE: 49361), escritor, jornalista (MTB 080467/SP), educador físico (CREF 040237-P/SP), terapeuta holístico (CRT 21001), professor de artes visuais e sociologia, pós-graduado em psicanálise e em perícia técnica sobre artes.
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