Neste artigo para o Jornal O Serrano, Henrique Vieira Filho descreva uma tarde mágica na Residência Artística, com a estreia em cinema de dois curtas metragens serranos que emocionaram o público, com direito a canto e dança ao vivo e o compartilhamento de lindas histórias das pessoas presentes.
Acompanhando os “causos” contados pelo Nestor Leme ou revendo passagens do livro “Alcebíades Disse (E a História Confirma)”, sinto saudades de tempos que nem vivi!
Para minha alegria, neste fim de semana, foi minha vez de participar da criação de memórias inesquecíveis!
Na Residência Artística, tivemos estréias de dois curtas-metragens: um sobre a defesa de nossas nascentes, tendo a Sereia Iara como protagonista e o outro, sobre o artista Cid Serra Negra, que pintou a Igreja de São Benedito com todo explendor da diversidade brasileira: o folclórico Saci e crianças indígenas como se fossem anjos querubins e mulheres, negros e asiáticos como sendo arcanjos!
Do público que veio assistir, a Simone dos Santos vestiu cauda de sereia e pôs-se a cantar a música tema do filme e outras mais, enquanto a Creusa Mendes coreografou e dançou!
A Fátima, sobrinha do Cid Serra Negra, emocionou-se ao ver o tio retomar a vida na tela do cinema.
Já a Luciana Ramos, da Shambala Tour, contou uma linda passagem da infância de Cid, em que os patrões foram viajar e deram liberdade para ele pintar a cozinha. Quando retornaram, ficaram maravilhados: a criança transformou as paredes em uma verdadeira galeria de arte!
Outra senhora, ao ver a Fonte Santa Luzia no curta-metragem da Sereia Iara, emocionou-se ao lembrar que foi o pai dela quem assentou, pedra por pedra, construindo uma das grutas que enfeitam o local.
Muito feliz por despertar tantas histórias, olhei as inúmeras pinturas em exposição pelo saguão: sereias de todos os continentes, deusas indígenas, cenas rurais e até uma Saci Perereca (sim, ela é fêmea!) e todas as imagens pareciam sorrir e querer participar da prosa.
E eis que a Saci disse e a Iara confirmou:
“Somos todos guardiões da natureza e das memórias ancestrais. Temos que contar nossas histórias, celebrar nossos artistas e proteger nossas nascentes.
A vida flui como um rio e nossas histórias nadam nele. Em cada conto, em cada obra de arte, em cada canto da natureza, encontramos um pedacinho de nós mesmos!”