Neste artigo para o Jornal O SERRANO, Henrique Vieira Filho fala sobre o Dia do Historiador e tece um paralelo entre estes e os Contadores de Histórias, respeitados nas mais diversas culturas e a a versão bem-humorada brasileira, os “Contadores de Causos”. | Publicado resumido no Jornal O SERRANO, Nº 6368, de 18/08/2023 |
Dezenove de agosto é o Dia do Historiador, aquele que busca resgatar a memória da humanidade tendo como base os fatos documentais.
A historiografia de nossa região conta com interessantes pesquisas publicadas: “Alcebíades Disse (E a História Confirma)”, de Alcebíades Felix; “Serra Negra, Seu Povo E Suas Epopéias”, de Sebastião Pinto Da Cunha e “Fragmentos da Imigraçõa Italiana”, de Guilherme Tozzini Della Guardia.
Enquanto historiadores são cientistas, existe há milênios sua contrapartida artística: o Contador de Histórias! Guardião das lembranças e tradições dos povos, habilidoso com as palavras, têm a liberdade poética de não se limitar à verdade e até incluir música, dança e teatralidade em sua função.
Assim o são, por exemplo, os os “griots” africanos, muito sábios e respeitados. Já no Brasil, uma boa dose de humor se acrescenta na narrativa dos “Contadores de Causos”, como bem faziam o lendário Geraldinho Nogueira e o saudoso Rolando Boldrin.
“E repare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de histórias é justamente o contrário do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias.” – Machado de Assis.
Ora historiador, ora “causador”, nosso colunista Nestor Souza Leme é uma fonte inesgotável de histórias com as quais somos presenteados semanalmente, no Jornal O Serrano.
Nem tão letradas, mas ótimas oradoras, lembro dos “causos” narrados pela minha avó amparense, Ema, bem como as histórias de minha tia serrana, Edite e imagino a infinidade de sabedorias que ainda não escutei.
Para resguardar esse conhecimento é que se criam os Pontos de Memória, vinculados ao Ministério da Cultura, como uma forma de Museologia Social, em que os moradores registram e compartilham a cultura local. É o encontro da versão acadêmica com a do povo que vive a história em seu dia-a-dia!
Que tal fazermos isso, aqui no Circuito Das Águas?
“O historiador e o poeta não se distinguem um do outro pelo fato de o primeiro escrever em prosa e o segundo em verso. Diferem entre si, porque um escreveu o que aconteceu e o outro o que poderia ter acontecido” – Aristóteles